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quinta-feira, 28 de julho de 2011

♥ Revista Show bizz Scans ♥


   




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  FORÇA SEMPRE

♥ Revista MTV ♥

Renato Russo influenciou uma geração. Criou músicas que tocavam em qualquer lugar do Brasil que tivesse, ao menos, um radinho de pilha. Como Raul Seixas, ele virou uma espécie de guru - coisa que, categórico, dizia passar longe: "Meu filho, não tem essa, sacou? Eu não quero exercer influência nenhuma".
Modesto, justificava o sucesso das letras de suas músicas pela mania que brasileiro tem de contar histórias. Não tem jeito: até hoje decorar Faroeste Caboclo é uma espécie de rito de passagem dos jovens urbanos. E, na carona, vêm Será, Eduardo e Mônica, Tempo Perdido...

"Uma só música não seria o bastante para mudar o que você é", acredita Antonio Carlos Sforza, que decidiu ser baixista da Legião Cover logo depois da morte do cantor. "Todas as músicas da Legião Urbana são inspiradoras e acabam influenciando o que você pensa da vida!", completa.
Renato Russo sabia fazer músicas engajadas em tom de poesia. E assim, meio sem querer acabou virando um mito. Mito de milhares de fãs anônimos espalhados pelo Brasil e também de amigos bem próximos, artistas que sentem sua falta no cenário musical. "O Renato é muito superior a mim, é fácil ver issi, não estou fazendo nenhum exercício de autopiedade, só dizendo a verdade", desabafou Dinho Ouro Preto, do Capital Inicial. Outra pessoa que não poupa elogios é Cássia Eller. Ela nos escreveu num e-mail curto e emocionado, a seguinte frase: "É um dos maiores compositores da gente, porra! Ele me ensina até hoje. Filho da puta!!! Muito obrigada, Renato Russo".
O anjo na Terra
"Renato Russo era bastante autodestrutivo", conta Arthur Dapieve, o autor da biografia Renato Russo - O Tovador Solitário. "Ele se achava muito feio - declarou certa vez que tinha sex appeal de uma velhinha de bóbis e penhoar", conta.
Desde a adolescência, Renato Russo já era alcoólatra. Só decidiu tentar abandonar o vício quando descobriu que estava com Aids, em 1990. Freqüentou o Alcoólicos Anônimos, mas mesmo quando á estava bem doente, no ano de sua morte, se escondia para beber. "Renato enchia um copo de requeijão até a borda com licor e tomava mesmo que fosse de manhã, ou no calor do Nordeste. Era impressionante", lembra Dapieve.
Além do álcool, Renato foi por muito tempo consumidor regular de drogas pesadas. E dizia: "No começo tem um certo glamour, mas depois... todo mundo lá se divertindo na piscina e eu lá, trancado", lamentava.
E, para completar o perfil de roqueiro irreverente, Renato Russo assumiu, em 1989, sua homossexualidade. Coisa pouco comum de se fazer, publicamente, aquele Brasil de 12 anos atrás. Mas nada disso soou como uma grande novidade para seus inúmeros fãs, algumas músicas, como Meninos e Meninas, davam dicas suficientes.
O punk romãntico
Renato Russo vagava do punk rebelde à mais melódica música romântica. O próprio Renato não entendia. Dizia sempre ter achado que a Legião era uma banda de rock, mas que quem ouvia rock pesado a considerava MPB. Ele mesmo resolvia o problema: "Isso não importa, rótulo é para reédio".
É difícil comparar a revolucionária. Que País é Este com a melancolia Vento no Litoral. "Tenho pavor de me repetir", falava Renato. "Quero cantar canções de amor, baladas íntimas, musiquinhas para cantar junto. Já desisti de salvar o mundo. Eduardo e Mônica estão divorciados", completava.
Renato inédito
Para matar a saudade dos fãs, o pesquisador de música Marcelo Froes foi contratado pela família de Renato para fazer um minucioso levantameto do material que nunca foi publicado. "Tem muita coisa legal, bastante música inédita, arranjos prontos, versões de músicas do David Bowie, Beatles e Led Zeppelin", antecipa.
Marcelo está mapeando todas as fitas do acervo particular de Renato, vasculhando o arquivo da banda na gravadora e logo terá acesso a tudo o que dado, Bonfá, técnicos e produtores dispõem. Por fim, fará um garimpo em rádios e TVs. Ainda não se sabe ao certo o que será feito de todo esse material, mas provavelmente sairá coisa muito boa.
Renato Russo virou mesmo um profeta pagão cujo culto só aumentou depois de sua morte em 11 de outubro de 1996. Ele conseguia transcender como ninguém ao tempo e ao espaço e tornar as palavras eternas. Já foram lançados discos póstumos, coletâneas e livros. Há também o projeto do Memorial Renato Russo em andamento. E, mesmo sem muitas coisas inéditas no catálogo, a Legião Urbana vende em média 350.000 discos por ano, mais ou menos o mesmo que Caetano vende a cada disco.

LETRAS COMENTADAS
Convidamos três pessoas - um amigo, um pesquisador musical e um fã profissional - para comentar algumas letras de Renato Russo.
Eu Sei
Marcelo Froes, produtor musical
Renato sempre comentava que ficou orgulhoso quando o engenheiro de som do estúdio londrino de Abbey Road, ao remasterizar a coleção de Cds da Legião Urbana, disse que Eu Sei soa como Beatles.
A parte da letra que diz: "Com quem você quer falar / Por horas e horas e horas" me faz sentir saudades dos nossos papos de madrugada.
Renato não tinha muita noção de fuso horário e ligava na hora que bem entendia. E eu sempre dava um jeito de espantar o sono e engrenar na conversa, que muitas vezes, rolava em inglês, sabe-se lá por quê.
Quase Sem Querer
Dinho Ouro Preto
Existe um pedaço desta letra que eu acho sensacional. Fala sobre coisas que são impossíveis de ser ditas.
É um dos talentos do Renato: sintetizar coisas que todos querem dizer e não coseguem.
Num outro pedaço, ele fala que "o infinito é realmente um dos deuses mais lindos". Eu venho de uma família atéia, mas hoje me consdero um agnóstico.
Pra pessoas que, como eu, não têm religião isso é justamente a síntese da religiosidade.
Quando penso onde estamos e para onde vamos, o que mais me aproxima da sensação de Deus é o infinito.
Metal Contra as Nuvens
Eduardo Toledo, do site O Sopro do Dragão
Renato Russo usou e abusou da situação política que o país atravessava para compor esta música. Ele estava querendo comprar um apartamento e teve seu dinheiro confiscado da poupança. Isso fica bem claro quando o cantor diz que quase acreditou nas promessas. Continua com mais críticas: "E o que vejo é fome e destruição", e completa, desacreditado, "perdi o meu castelo". No fim, muda de assunto e fala sobre Aids.
Já desconfiava de que era soropositivo, faz referência aos amigos que morreram da doença e termina dizendo que não se entregaria sem lutar.


FORÇA SEMPRE

quinta-feira, 7 de julho de 2011

♥ Legião Urbana sobrevive 15 anos após fim da banda ♥



A divulgação de um clipe em que os atores Wagner Moura e Alinne Moraes cantam na íntegra "Tempo Perdido" é mais uma entre tantas provas de que a banda Legião Urbana, que acabou há 15 anos (em 1996), não só continua viva como parece estar ganhando ainda mais força no cenário musical. O vídeo faz parte do material de divulgação do filme "O Homem do Futuro", de Cláudio Torres, com estreia prevista para 2 de setembro. No dia 12 de junho, Dia dos Namorados, a operadora de telefonia Vivo divulgou um clipe da música "Eduardo e Mônica", realizado especialmente para a ocasião. O vídeo teve produção da O2 Filmes, de Fernando Meirelles. Esta, no entanto, foi uma entre tantas canções do Legião que nunca tiveram um clipe oficial.
Os exemplos dessa recente invasão da banda são inúmeros. Até o fim do ano, será lançado em circuito comercial o longa "Faroeste Caboclo", com direção de René Sampaio, que conta a história da música homônima. A trajetória de Renato Russo e a história de sua banda também ganharão as telonas. "Somos Tão Jovens", dirigido por Antônio Carlos da Fontoura, está sendo rodado e será lançado em 2012. Além disso, a música "Que País é Esse" entrou na trilha sonora da novela das 9 da Globo, "Insensato Coração", colocando a banda ainda mais em evidência.
No fim do ano passado, toda a discografia do Legião foi relançada, remasterizada e em vinil. Para completar, os filmes "Vips" (2010), de Toniko Melo, e "Meu Nome Não é Johnny" (2008), de Mauro Lima, também tiveram músicas da banda incluídas na trilha sonora. Numa busca rápida no YouTube, o internauta também encontra vários vídeos de pessoas que incluíram o som do Legião em produções caseiras.
Segundo a gravadora EMI, a banda originária de Brasília já vendeu 17 milhões de discos até hoje. Todos os anos, uma média de 250 mil cópias de seus álbuns são consumidas, isso apesar de a última produção do Legião, "Como é que se Diz Eu Te Amo", ter sido lançada há dez anos, em 2001, a partir do show ao vivo realizado em 1994. "Esse movimento é espontâneo. Não planejamos isso", diz Dado Villa-Lobos, ex-guitarrista da banda. "Uma história como a do 'Faroeste Caboclo', mostrando as mazelas desse Brasilzão, ou uma história de amor tão forte quanto a de 'Eduardo e Mônica', são atemporais. Por isso sobrevivem até hoje", analisa.
O guitarrista conta que, no Dia dos Namorados, recebeu em casa um misterioso DVD. Era o videoclipe da música feito pela Vivo. "Eu me emocionei, de verdade. Voltou tudo que fizemos naquela época, principalmente porque essa foi uma música para a qual não produzimos um clipe oficial." O filho de Dado, Nicolau Villa-Lobos, de 23 anos, estudante de cinema na PUC do Rio, fará ponta no longa "Somos Tão Jovens", interpretando o próprio pai. O filme vai focar a produção musical das bandas do Planalto Central, com especial destaque para Renato Russo.
Marcelo Torres, produtor executivo de "Somos Tão Jovens", acredita que o interesse pelas bandas da década 80 permanece porque não apareceu nada melhor. "Cite uma boa banda de rock surgida nos últimos anos. Não tem", afirma. O longa tem orçamento de R$ 6 milhões e as filmagens terminarão em julho.
O gerente de web e mídia social da Vivo, João Bell, de 40 anos, viveu o auge do Legião. Quando o recente clipe de "Eduardo e Mônica" foi divulgado, ele teve uma surpresa. Sua sobrinha de 16 anos o procurou dizendo que tinha descoberto a banda depois de ver o comercial. "O Eduardo da música tem 16 anos. Pensamos se a canção não estaria datada, já que foi lançada há 25 anos. Como os jovens a receberiam? O Legião ainda fala com todas as idades porque as letras tratam de amor de uma forma sincera", avalia Bell.