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quinta-feira, 18 de novembro de 2010

♥Significados de algumas letras da legião urbana♥

Antes de mais nada, acho bom justificar porque essa seção se chama "Depois do Começo". Bom, no encarte do albúm Que País é Este, Renato escreve sobre a música que leva esse nome: "...A letra contém diversas mensagens em código, ideal para quem gosta de descobrir significados secretos em letras de música. Cuidado, entretanto. Interpretar estes versos provavelmente dirá mais sobre que tenta decifrá-los do que propriamente sobre a música em si... "

Pois bem, essa seção tenta "interpretar", de uma forma séria e com base em declarações dos próprios integrantes da banda, algumas curiosidades que estão escondidas atrás das letras de Renato. As músicas estão em ordem alfabética, clicando no nome da canção você tem acesso a letra. Divirta-se!
                                 1º de Julho - Essa música foi composta em 1994 por Renato para Cássia Eller. Depois que a cantora gravou a canção, a Legião a lançou no disco A Tempestade. Além de compor a letra, Renato fez a música também.

1965 (duas tribos) - A música fala sobre tortura na época da ditadura: 'Cortaram meus braços/Cortaram minhas mãos/Cortaram minhas pernas/Num dia de verão'. Renato, 

em 1994, disse numa entrevista: 'A música fala especificamente de tortura, e fala dessa idéia toda de o Brasil ser o país do futuro. A gente tem que ser o país do presente, a gente tem que viver o agora'.

1977 - Os dois primeiros versos da letra deram origem a música Tempo Perdido e é uma das músicas que devem fazer parte da caixa que será lançada pela EMI em breve, chamada Material, só com versões inéditas e músicas raras. 1977 foi gravada em estúdio.

A Canção do Senhor da Guerra - Era para fazer parte do terceiro lp da banda, mas por ser muito parecida com outras canções acústicas (a versão elétrica nunca foi aprovada pela banda) eles preferiram não incluir a faixa no disco.
Essa música fez parte de um programa infantil da Rede Globo, chamado "A Era dos Halley's". A Legião também gravou uma espécie de clip, onde aparecem vestidos com umas roupas no maior estilo viking, um verdadeiro horror.
A música foi lançada no disco Música para Acampamentos e existem, pelo menos, três versões diferentes gravadas para ela.

Acrilic on canvas - Renato escreveu para a mesma menina de Ainda é Cedo e quando cita aquele monte de materiais de pintura a sua fonte foi a sua irmã, Carmem que pintava. Acrilic on Canvas é uma técnica de pintura, aqui no Brasil é conhecida como Acrílico sobre Telas. Clique aqui e veja uma tela do artista Luiz Zerbibi que usa essa técnica

Andrea Doria - Nas palavras do próprio Renato Russo: "Andrea Doria é um navio que afundou. A idéia era fazer uma imagem meio E La Nave Va (filme de Frederico fellini, passado num transatlântico)... Na hora de escolher o título da música, fizemos um monte mitologias para a coisa ficar legal. E, no caso, Andrea Doria é uma menina. A música é um diálogo entre uma menina cheia de vida, alegria e planos, e que sempre me deu força, mas, nesse instante, é quem está derrubada. Têm coisas que ela fala pra mim e têm coisas que eu falo pra ela - o mundo está horrível, mas nós vamos conseguir, vamos juntos, etc. Quando você entra no mundo adulto, se não tomar cuidado, deixa entrar o cinismo, fica jaded. E a música é uma conversa em cima disso, e termina justamente falando: 'A gente tem toda a sorte do mundo' - sem especificar, porque, bem ou mal, a
gente não é favelado, não morre de fome. 'Sei que tenho sorte, como sei que tens também'. Esse depoimento foi dado ao cantor Leoni, que o publicou no livro chamado Letra, músicas e outras conversas, de 1998. Renato ainda dizia que Andrea Doria é a mesma coisa de Será, um jovem que quer mudar o mundo, porque está tudo horrível. "Coloca bem a questão da juventude, ter sonhos, fazer planos e esbarrar neste mundo de hipocrisia, de mentira, do capitalismo, de consumismo".
Leia mais sobre a tragédia com o navio Andrea Doria

Angra dos Reis - Comentário escrito por Renato Russo que faz parte do encarte do disco Que País é Este: "Estas (Mais do Mesmo também) foram feita logo após a gravação do "Dois". As letras são as mais recentes entre todas aqui. Este disco junto aos outros dois outros LPs completa o registro da Legião Urbana em sua atual forma."
- No clip da música, que foi gravado, lógico, em Angra dos Reis, Dado não pôde ir junto, pois sua esposa, Fernanda Villa-Lobos, estava grávida. Todas as cenas em que Dado aparece foram gravadas no Rio de Janeiro. No final do clip, sem nenhuma explicação aparente, aparece uma imagem de um bebê na barriga da mãe. Essa imagem é de Miranda, filha de Dado.
Antes das Seis

Anúncio de Refrigerante - Outra preciosidade de Renato Russo, essa canção retrata sua juventude, as ruas de Brasília, os fins de semana na capital federal: - com muitas coisas na cabeça, mas, no bolso, nada. Existe uma versão que rola pr aí, onde Renato canta essa música sozinho, na famosa gravação feita em seu quarto.

Baader-Meinhof Blues - Baader-Meinhof era uma grande organização terrorista alemã da década de 70. O grupo foi responsável por diversos atentados com bomba que mataram centenas de pessoas. A primeira frase da música é "A violência é tão fascinante", daí Renato usou o nome do grupo para intitular a canção. O objetivo da organização era forçar o Estado a reagir com violência também, causando uma situação de caos no país, o que facilitaria uma futura revolução. Bom, os planos do grupo foram por água abaixo.O nome da organização vem dos sobrenomes de dois dos principais terroristas: Andreas Baader e Ulrike Meinhof. Esses militantes da ultra-esquerda morreram na prisão entre 1976 e 1977. Para saber mais, visite o site deles.

Boomerang Blues - Essa música é uma raridade, Renato Russo nunca gravou 'profissionalmente' essa pérola, é uma de suas melhores composições. Foi gravada pelo Barão Vermelho, no disco Declare Guerra, ainda quando Cazuza era o vocalista. Existe uma versão rara de Renato cantando Boomerang Blues em seu quarto. A qualidade do som é satisfatória. Foi nessa k-7 que o jornalista Marcelo Fróes conseguiu recuperar a música e remixa-la e inclui-la no disco Renato Russo Presente
Comédia Romântica - Essa música, do disco Uma Outra Estação, foi feita para Marcelo Bonfá e Dado. Segundo o guitarrista, várias vezes quando Renato tomava um caminho errado (drogas pesadas, por exemplo) eles avisavam que aquilo era errado, que assim ele estava se autodestruindo. Bonfá falou para o Renato algo que ele não gostou nada de ouvir. Então Renato respondeu: "Eu tenho coragem de ser quem eu sou e mostrar isso pra quem quiser ver... e gosto muito de ser assim". A letra foi toda pensada nessa relação.

Conexão Amazônica - Mais bate-estaca. E dos bons. Assim com "Que País É Este" abriu caminho para temas mais tarde utilizados nas letras do grupo (principalmente no primeiro lp), "Conexão Amazônica", de 1980, definiu a sonoridade característica de grande parte das músicas da Legião Urbana: um ritmo esparso, quase marcial, repetido como um mantra elétrico sobre qual é feito uma variação vocal e instrumental (guitarras e efeitos diversos). Bate-estaca! Esta continua proibida até hoje proibida pela censura por causa da temática. Lembrando que discutir Freud e Jung em mesas de bar aconteça de verdade naqueles tempos (pelo menos em Brasília) e que o tema da música está hoje em todos os jornais e, pasmem, até nas novelas! Gente, até em chamadas do horário infantil (aquele anúncio do pó). Bem, alimento para cabeça nunca vai matar a fome de ninguém, mesmo.

Construção Civil - Essa música nunca foi gravada pela Legião Urbana, existe uma versão dela, cantada por Renato Russo, ainda no Aborto Elétrico. A gravação feita num show ao vivo, provavelmente na UnB, começa com Renato gritando: "- O nome dessa música é Construção Civil... Yeee! Bonitinho, gostei. Fuck!". A gravação tem cerca de 3 minutos meio.

Dado Viciado - Também faria parte do terceiro disco da Legião, mas, para evitar confusões com o guitarrista Dado Villa-Lobos, que não é o personagem citado na canção ela foi cortada. Isto permitiu espaço para a inclusão de Faroeste Caboclo. A música só seria lançada no disco Uma Outra Estação.
- O personagem Dado foi inspirado num primo de Renato, que, segundo o vocalista, era lindo: "Eu era o inteligente, com idéias maravilhosas; e ele era o Adônis, o Davi de Michelangelo, que até hoje tem problemas de dependência química, mas ainda não conseguiu ficar feio. Até os 13 anos, tivemos uma amizade absurda. Depois, ele seguiu o caminho dele e eu continuei perdidamente apaixonado", declarou Renato numa entrevista.

Daniel na Cova dos Leões - Renato disse certa vez que essa música é um baião e que não sabia se a Legião fazia rock, eles apenas tentavam. "Não foi uma procura de fusão, algo arquitetado por nós. Mas, vimos depois, surgiu naturalmente", afirmou.
- Daniel na Cova dos Leões é a primeira música em que Renato faz referência ao homossexualismo: 'Aquele gosto amargo do teu corpo/ficou na minha boca por mais tempo', Renato fez uma alusão ao sexo oral, deu pra entender?

Depois do Começo - Comentário escrito por Renato Russo que faz parte do encarte do disco Que País é Este: "Nosso Ska, da época do revival Two-Tone, 1982 ou 83. A letra contém diversas mensagens em código, ideal para quem gosta de descobrir significados secretos em letras de música. Cuidado, entretanto. Interpretar estes versos provavelmente dirá mais sobre que tenta decifrá-los do que propriamente sobre a música em si. É conhecida através de uma gravação pirata de um show em Santos em 1983, que circula também em Brasília e no sul do país."

Eduardo e Mônica - Renato disse em 1995 que: "Graças à música, acabei me aproximando de um tal Fernando, que tinha chegado de Paris com uma grande coleção de discos - Traffic, Eric Clapton, tudo. Eu morava sozinho e namorava uma menina com filhos, a Lea [Coimbra]. Isso era 77,78. É ela a Mônica da música, e eu sou o Eduardo, só que menos bobo. É, eu lia, não era aquela coisa clube-e-televisão da letra".
- Léo já era artista plástica na época em que os dois se conheceram e, por vários descuidos, sempre aparecia para encontrar Renato "com tinta nos cabelos".
- Sabe aquela frase que Renato fala "Mas a Monica queria ver um filme do Godard"? Pois bem, Jean-Luc Godard nasceu em 1930 na suiça e foi um famoso diretor de filmes. Atuou principalmente nas décadas de 50 e 60 e renovou o cinema na sua época. Aclamadíssimo dirigiu uma das obras-primas do cinema (na opinião de Renato também), o filme Acossado. Clique aqui para ver outras influências de Renato.
Eu Sei - Renato escreveu no encarte do disco: "Duas grandes redes de rádio transmitiram extensivamente uma gravação (pirata por sinal) das apresentações de fim de ano em Brasília, na Sala Villa-Lobos, do Teatro Nacional. Quando é hora do set acústico, qual não foi a minha surpresa ao termos grande parte do público chamando por "sexo verbal, sexo verbal"! Esta canção, antes conhecida por "18 e 21" aqui aparece com seu título definitivo. Das nove canções esta, talvez esteja mais próxima do espírito do segundo lp. Foi escrita em 1982, depois do Aborto Elétrico, pouco antes do aparecimento do Legião Urbana."

Faroeste Caboclo - É uma história fictícia inventada e musicada por Renato. Segundo ele, Faroeste Caboclo é uma mistura de Domingo no Parque de Gilberto Gil e coisas de Raul Seixas com a tradição oral do povo brasileiro. "Brasileiro adora contar história e eu também queria imitar o Bob Dylan. Eu queria fazer a minha Hurricane", afirmou em 1990.
- Com duração de nove minutos, apresentada pela primeira vez (sob vaias iniciais dos punks) no Morro da Urca, em 1983. A música é de 1979, anterior a "Eduardo e Mônica"; seguindo a mesma linha: estória completa com personagens, começo, meio e fim. A letra (como todas as outras do disco) permanecem no original, rimas pobres e tudo. (declaração de Renato Russo)
- Sabe aquela hora da letra que fala assim: "O Jeremias, maconheiro sem-vergonha, organizou a Rockonha / E fez todo mundo dançar".

Fátima - Uma das mais belas músicas do Rock brasileiro também foi escrita por Renato Russo e Fê Lemos. Era a música que abria os shows do Aborto Elétrico e na época era cantada bem mais rápido do que atualmente na voz de Dinho. Tinha cerca de três minutos com o Aborto. Numa entrevista recente do Fê Lemos a uma rádio de São Paulo, ele disse que tocou a música para Renato e depois de cinco minutos ele já tinha composto toda a letra.

Feedback song for a dying friend - Leia o comentário de Millôr Fernandes sobre a canção que ele acabou traduzindo a pedido de Renato.
- Feedback Song for a Dying Friend Feedback Song for a Dying Friend tem uma música meio árabe, isso porque, na verdade, era para ter servido a uma música chamada Rapazes Católicos. A letra falava sobre religião e o conflito e as guerras santas do oriente médio. A letra foi escrita por Renato na época em que o escritor britânico Salman Rushdie escreveu o livro Versos Satânicos, que causou fúria no mundo islâmico, resultando até mesmo em uma sentença de morte proclamada pelo líder espiritual muçulmano, o Aiatolá Khomeini, que considerou o livro ofensivo para sua religião. Segundo Renato, no programa do Jô, ela teria essa estrofe: "Acho que eu vou ter que te matar / Por causa do teu Deus / Que os cristãos já fazem isso / Há muitos anos". A irmã de Renato Russo, Carmem Teresa, disse que não tinha gostado, e que achava a letra muito pesada. Como Renato ouvia muito a família, desistiu da idéia de gravar a música e hoje ela está engavetada na EMI. A Legião aproveitou a melodia com o trecho árabe e colocou a letra de Feedback Song for a Dying Friend que foi escrita logo após a morte de Cazuza, em 1988.

Ficção Cientifíca - Nunca foi gravada, mas existe uma versão gravada pelo Aborto Elétrico no mesmo show que foi gravada Construção Civil. E as duas tem o mesmo ritmo, bem punk, com vocais aos berros e um longo solo de guitarra e baixo no meio das duas músicas.
Giz - Era a música que Renato mais gostava, a que ele considerava 'completinha'.

Há tempos - Renato costumava dizer que essa música sintetizava todas as outras colocações do disco As Quatro Estações. "Há tempos começa tranqüila; no final eu estou me esgoelando. Mas, quando você vê aquele bando de gente cantando 'Há tempos são os jovens que adoecem', não tem como não se emocionar".
- Quando a música começou a fazer sucesso, alguns críticos chamaram Renato de 'facista' porque ele usou a frase "disciplina é liberdade". Numa entrevista, em 1990, o cantor afirmou: "Eu estou falando de autodisciplina. Se você pensar numa relação sujeito-objeto, é facista; mas, numa relação sujeito-sujeito, não é".
- Essa mesma frase, "disciplina é liberdade", é uma inversão do famoso "double think" do 1984 (livro de George Orwell), que dizia 'Liberdade é escravidão', 'Ignorância é força'. Renato falou: "Se você tiver um conceito legal de liberdade, imediatamente surge uma idéia positiva"

"Índios" - Renato disse que escreveu a letra de "Índios" (assim mesmo, com aspas) no estúdio, enquanto eles gravavam o disco Dois. "Têm coisas bem fortes ali... e eu mostrava para o grupo e eles: 'Legal, Renato'. E meu coração ali! Foi uma coisa muito difícil. Eu queria uma resposta e ela não vinha"
Leila - Uma das músicas em que Renato é mais explicito em relação ao seu homossexualismo. Em certa parte da canção o seguinte trecho chama a atenção: "E você [se referindo a Leila, personagem da música] diz daquele seu jeito: - Ai, preciso de um homem / E eu digo: - Ah, Leila! Eu também / E a gente ri"

Longe do Meu Lado - "Ah, a sacarina do Bonfá! Ah, essas músicas que o Bonfá me manda! Aí, todo mundo acha que eu é que faço essas coisas, e que eu é que sou o melancólico do grupo! Eu tenho essa fama. Isso vem mais das letras. As minhas coisas são as coisinhas mais pop, mais bundas, mais pretensiosas e mais metidas a besta. O Bonfá é que faz Vento no litoral. Mas é preciso... Esta música é você utilizar o meio mais romântico para dizer 'Eu não quero estar apaixonado'. Sabe, são certas sutilezas. Esse cara está é louco, está se perdendo de paixão. Aí as pessoas pensam que isso sou eu, entendeu?", Renato Russo sobre a música.

Love in The Afternoon - "Esta música foi feita para o Luís, um amigo. A gente chegou a namorar um tempo. Ele morreu baleado por uns sujeitos estranhos, na saída de uma boate em Campo Grande, onde costumava ir. Isso é uma coisa terrível".
- "É uma música que foi escrita para diversas pessoas e, quando o Kurt Cobain morreu, a gente pensou assim: 'poxa, mas se encaixa direitinho'. Na verdade, esta música foi feita para todas as pessoas que vão embora cedo demais".

Mais do mesmo - Comentário escrito por Renato Russo que faz parte do encarte do disco Que País é Este: "Estas (se refere também a Angra dos Reis) foram feita logo após a gravação do "Dois". As letras são as mais recentes entre todas aqui. Este disco junto aos outros dois outros LPs completa o registro da Legião Urbana em sua atual forma."
Monte Castelo - A letra foi adaptada do Soneto de Luís Vaz de Camões (1524-1580), poeta português renascentista que também escreveu "Os Lusíadas". Mas boa parte vêm do Coríntios 13 da Bíblia

Perdidos no espaço - Perdidos no Espaço foi um seriado bem popular da década de 60, quando Renato era criança.
- "E era como se jogassem Space Invaders" :: Space Invaders foi um dos jogos eletrônicos mais famosos de todos os tempos, além do fliperama, ganhou uma versão para o antigo Atari. O objetivo era matar as naves inimigasque queriam pousar na terra, onde você estava, atirando neles que desciam cada vez mais rápido.

Perfeição - A música foi feita por Marcelo Bonfá e quando Renato escutou pensou logo na letra dela, falando do momento que o país passava e que pelo jeito não mudou muito de lá pra cá. Escute um depoimento de Renato Russo
Quando o sol bater na janela do teu quarto - Segundo Renato, esta música tem uma sonoridade dos anos 60 e termina com uma guitarrinha à la Byrds. "Até bem pouco tempo atrás, a gente realmente acreditava que poderia mudar alguma coisa. Depois, percebemos que não ia dar mais para mudar, mas continuamos acreditando", disse
Química - Essa foi a música que abriu as portas para a Legião. Gravada pelos Paralamas, no seu primeiro disco, a letra chamou a atenção de Jorge Davidson, ex produtor musical da EMI, um dos responsáveis pela contratação da Legião pela gravadora. Foi ele quem ouviu as primeiras fitas demos do grupo e chamou a Legião para gravar um disco.
- Química ficaria marcada como o estopim que acabou com o primeiro conjunto de Renato, o Aborto Elétrico. Numa discussão, Fê Lemos, baterista do grupo, disse que a música era horrível e que Renato estava perdendo "sua capacidade de fazer músicas". Foi a última vez que o Aborto se reuniu.
- Comentário escrito por Renato Russo que faz parte do encarte do disco Que País é Este: "Também gravada em primeiro take (baixo, guitarra e bateria de uma só vez), está aqui em uma versão diferente da que foi incluída nas cópias cassete do segundo lp. Grito de guerra dos vestibulandos, escrita em 1981 para violão e voz."
- No final da letra existe uma expressão "Belsen Tropical". Belsen era um campo de concentração da Alemanha Nazista.
Só Por Hoje - É o lema dos Narcóticos Anônimos, a música foi composta na época em que Renato estava se desintoxicando.

Soldados - Foi a primeira música com "sensibilidade gay" da Legião, segundo o próprio Renato. "Quem vai dizer agora o que eu não fiz?/Como explicar pra você o que eu quis"
- Inspirada em dois flmes de guerra (Nada de Novo no Front e Gallipoli), a música surgiu meio que sem querer, com o Bonfá brincando na bateria e o Dinho, do Capital, tirando umas notas no baixo. 

Tédio (com um T bem grande p'ra vocês) - Comentário escrito por Renato Russo que faz parte do encarte do disco Que País é Este: "A terceira música da época em que Renato Russo tinha o Aborto Elétrico (muda o nome desse conjunto, meu filho). Sempre quisemos ter uma música entre parênteses. Algo como "(I Cant't Get No) Satisfaction" ou então "(baby, I'm On) Fire". Faz parte da primeira leva: é de 1979 e totalmente boba. Gravada em primeiro take é ótima para festas e era uma espécie de hino dos punks de Brasília naquela época. Os mais modernos podem cantar Césio com um C, se desejarem. Só não foi incluída no primeiro disco por que achamos que deveríamos falar sobre coisas mais sérias. Soldados, por exemplo. Na verdade, foi mesmo porque o Biquíni Cavadão já tinha gravado uma música com o mesmo nome."

Vento no litoral - Renato Russo deu a seguinte entrevista para a Folha de S. Paulo onde fala sobre a música: "eu vivi uma relação muito intensa, muito difícil com um americano. Ele vivia no gueto de São Francisco - era gay de carteirinha. Ele veio para o Brasil - ele era lindo, louro - e as meninas deram em cima. Aí veio aquela coisa de macho, porque todo homossexual masculino é macho, não adianta. Ele era dependente químico também, a gente viveu uma relação Sid & Sid. Ele, de speed, e eu, de álcool e tranqüilizantes. "Vento no Litoral" fala justamente disso: "Lembra que o plano era ficarmos bem", era o nosso plano. Só que não deu certo". O americano que ele fala é Scott, a grande paixão de sua vida.
- Vento no Litoral foi trabalhada, a princípio, para fazer parte do disco As Quatro Estações, quando Negretti ainda fazia parte da banda. Após a saída do baixista, os outros três integrantes regravaram a faixa mas só a utilizaram no lp V.

2 comentários:

  1. Post gigante! hahaha
    Mas gostei, tu escreve muito bem. Boa sorte com o blog, tem tudo pra dar certo!

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  2. Bom acho que você errou, Quando o Barão Vermelho gravou o disco Declare Guerra, Cazuza ja tinha saido sim do Barão, e Quando Renato Russo fez Feedback Song for a Dying Friend em 1988, Cazuza estava vivo sim, afinal ele morreu em 1990.

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